O calendário da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid para esta semana trará dois aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como depoentes: o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o ex-secretário executivo da pasta, Élcio Franco.
Queiroga vai para o segundo depoimento ao colegiado nesta terça-feira (8) e os senadores devem questioná-lo sobre a decisão do Governo de aceitar sediar a Copa América diante da iminência de uma terceira onda da pandemia no país. Junto a isso, o suposto gabinete de aconselhamento paralelo, cujas investigações ganharam novos indícios relevantes no final da semana, também deve ser tratado.
Outro assunto latente são as falas da médica infectologista Luana Araújo à CPI da Covid na última semana. Ela chegou a ser indicada por Queiroga para assumir a secretaria extraordinária de combate à doença no Ministério da Saúde, mas ficou no cargo por menos de 15 dias.
Alguns senadores avaliam que o ministro não tem autonomia para a conduzir as ações de combate à pandemia no Brasil, assim como outros comandantes da pasta também não o tiveram. Na última sessão da CPI, o senador Marcos Rogério (DEM-RO), da base governista, criticou a decisão de convocar novamente Queiroga. “Presidente, o apelo que eu faço é que deixe o Ministro trabalhar! […] o Ministro Queiroga está na linha de frente do combate à Covid…”, disse.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD), rebateu a fala do parlamentar. “Sabe o que ele estava fazendo ontem? Anunciando a Copa do Mundo ao lado do Presidente. Não pode estar na linha de frente…”, disse na ocasião.
A nova agenda dos depoimentos da Comissão foi divulgada na última quarta-feira (2) por Aziz em seu twitter. O calendário foi modificado duas vezes durante a semana. A audiência pública entre médicos contra e a favor do uso da cloroquina, que deveria ter ocorrido nesta semana, mas foi desmarcada e ainda não tem nova data prevista.
Aziz também adiantou a oitiva do governador do Amazonas, Wilson Lima, após uma ação da Polícia Federal que investiga desvios de recursos na Saúde de Manaus. O depoimento do governador estava marcado para o dia 29 deste mês, mas foi reagendado para esta quinta-feira (10).
*Com informações do Congresso em Foco