O nível do Rio Negro, em Manaus, nos primeiros dias de janeiro de 2022 está 1,79 m acima da marca registrada em 2021. De acordo com a régua de medição, do Porto de Manaus, nesta quarta-feira, 12/01, a cota está em 24,41m. No ano passado, neste mesmo dia, a marca era de 22,62m. Mesmo com números acima da média, especialistas afirmam que ainda não é possível prever uma cheia histórica neste ano.
Os dados disponibilizados pelo Porto de Manaus apontam que a cota atual ultrapassa a média registrada até meados de janeiro nos últimos 10 anos, ou seja, uma subida recorde.
“Nesse ano (2021), a gente teve realmente um quadro de anomalia, principalmente na bacia do Rio Negro. Desde o início da vazante em junho, as cotas persistiram acima do nível esperado. Isso trouxe um reflexo até janeiro na cidade de Manaus e, por isso, as cotas estão acima daquele valor considerado normal”, explicou o pesquisador do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), André Martinelli.
Apesar disso, a média diária de subida das águas tem perdido força se comparado a dezembro do ano passado. Enquanto em dezembro a média era de 6cm a 12cm de cheia por dia, em janeiro de 2022, a média está entre 2cm e 8cm.
“Se esse valor vai se refletir em uma grande cheia, é necessário observar qual vai ser o impacto do La Niña neste trimestre, porque neste trimestre se define, de acordo com as anomalias de chuva que houver, se vai existir esse impacto na cota em Manaus, se vai se refletir em uma grande cheia”, afirmou Martinelli.
Previsão
Embora os índices estejam acima da média registrada, os especialistas são cautelosos em dizer se haverá ou não cheia severa em 2022 como a de 2021, que atingiu a cota máxima de 30,02m
“O modelo de previsão de cheia necessita dos quantitativos que ocorrerem no primeiro trimestre. É baseado naquela cota observada em 31 de março que nós fazemos a modelagem e a previsão da cota que nos permite dizer qual é a magnitude dessa cheia. Hoje, com dados apenas de janeiro, nós não temos”, destacou Martinelli.
Confira as maiores cheias registradas:
2021 – 30,02 m
2012 – 29,97 m
2009 – 29,77 m
1953 – 29,69 m
2015 – 29,66 m
1976 – 29,61 m
2014 – 29,50 m
1989 – 29,42 m
2019 – 29,42 m
1922 – 29,35 m
2013 – 29,33 m