Alternativa mais econômica para aqueles que buscam alimentação fora do lar, a refeição em marmita tem desafiado empreendimentos a equilibrar preço e qualidade sem perder a clientela. Com a inflação próxima a 10% e o aumento da cesta básica, o valor da quentinha, que antes da pandemia flutuava entre R$ 10 e R$ 13, hoje está no patamar de até R$ 17. Disparo dos custos tem feito os empresários cogitarem fechar o estabelecimento.
Todos os dias úteis, por volta de 10h30, Iviany Silva envia para uma lista de contatos no aplicativo de mensagem o cardápio do dia. Em 10 de novembro, o disparo foi acompanhado de um áudio. Nele a empresária do ramo alimentício justificava o aumento do preço das marmitas, o que ela revelou ter segurado por dois anos. O aumento médio foi de R$ 2.
“Devido ao aumento absurdo – inclusive da gasolina, né? – que a gente utiliza pra fazer as entregas, eu tive que aumentar os valores de algumas refeições. Eu peço a compreensão de todos e todos sabem que está bem difícil a situação, né?”, desabafou a empresária, que também prepara as refeições.
Atenta aos preços dos alimentos, Iviany sabe de cor os preços dos itens antes da pandemia e lamentou ao compará-los com os atuais, que diz conhecer bem. “Isso aí é eu andando Manaus inteira procurando preço”, constata. Do quilo do tambaqui ao preço do óleo de soja, ela observou aumentos superiores a 100%.
Há dois anos, Denise Antonina tinha estudantes e funcionários de empresas como principais clientes. Com o impacto da pandemia na interrupção das aulas presenciais e a preferência pela comida de casa, a empresária teve perda significativa de compradores das marmitas e ainda se viu obrigada a aumentar de R$ 13 para até R$ 16 o valor da refeição.
“Estou abrindo um negócio paralelo para ver se consigo fazer girar. E quando estiver girando, vou acabar com o restaurante”, admitiu a empresária. “O que a gente tem guardado é o que a gente coloca no restaurante para fazer funcionar”.
Além de vegetais, proteínas e demais alimentos, pesam nos custos dos restaurantes que atuam na entrega das marmitas os preços do gás de cozinha, acima de R$ 110, e do combustível, com a gasolina a R$ 6,59 nos postos de Manaus.